Os Habitantes de Uviananth
Apenas três raças diferentes de humanoides vivem em Uviananth – pelo menos, de forma razoavelmente pacífica. Os humanos já eram os habitantes mais comuns encontrados por entre as ilhas, e isso se tornou ainda mais notável, uma vez que após a Grande Tragédia, tanto anões-cinzentos quanto elfos-alados se tornaram consideravelmente mais reclusos.
Humanos
São, de longe, a raça predominante em Uviananth. Sua presença é observada em todos os cantos das ilhas, onde criam assentamentos e exploram as riquezas. Aparecem em todo tipo de forma, altura, tamanho, cor da pele, dos cabelos e dos olhos – alguns são tão belos que podem ser confundidos com elfos, outros são tão atarracados que são confundidos com anões.
Normalmente, vivem em comunidades, mas essas podem ser de tipos tão diversos como sua aparência física. Existem grandes cidades, com concentração de um grande número de pessoas, e pequenas vilas, com apenas alguns habitantes. Há os que gostam da confusão urbana, e aqueles que não abrem mão da vida tranquila no campo. Da mesma maneira, humanos se vestem de maneiras diversas, comportam-se de formas diferentes, e seus costumes e folclore dependem mais de onde nasceram do que de sua ancestralidade.
No mundo de Uviananth, os humanos tipicamente vivem em uma das três Grandes Ilhas. Os herois raramente sejam originários do Grande Império de Estil, mas não são tão raros assim os casos de renegados – que o Império chama de desertores.
Elfos-Alados (Avariel)
Os elfos de Uviananth são criaturas parecidas com seres humanos. São um pouco mais esguios e têm menor estatura, mas são mais ágeis; suas feições são aquilinas, com rostos um pouco alongados, mas muito belos. Todos os elfos possuem um par de asas cobertas de penas em suas costas, que os permitem voar.
Vivem em comunidades reclusas, todas situadas no alto de imensas árvores em florestas densas, nas quais forasteiros são muito raramente admitidos. No período anterior à Grande Tragédia, apenas três cidades élficas eram abertamente conhecidas no mundo humano. A cidade de Ailen, situada em Audovall foi perdida; a cidade de Elarune foi tragada pelas Brumas, e quando reapareceu, seus habitantes reduziram ao máximo o contato com os seres humanos. A outra cidade conhecida, Eddea, situada em grandes florestas de Estil, cessou todo contato e, apesar de sua localização ser conhecida, nunca mais foi encontrada.
De fato, os elfos conhecem muito bem os segredos da natureza, e são capazes de esconder suas cidades e a si mesmos dos olhos de estrangeiros. Uma cidade élfica nunca será encontrada se seus habitantes não o desejarem, e um elfo em uma floresta nunca será visto sem que queira se mostrar. Os que viram suas cidades, no entanto, relatam locais de extrema beleza, com casas construídas sobre os troncos das árvores mais frondosas. Sua arte é delicada, com trabalhos extremamente detalhados em madeira e metais, e suas belas canções têm melodias que os homens não conseguem reproduzir.
No entanto, algumas vezes acontece de um elfo abandonar sua cidade e envolver-se nos afazeres humanos – todo elfo no mundo conhecido atual vem da cidade de Elarune. A hipótese é que os que se encontram nas cidades humanas estão observando os acontecimentos para relatar aos seus regentes. Também desconfia-se que Elarune está, de alguma forma, em contato com todas as outras cidades élficas que, porventura, ainda existam.
A Magia élfica funciona de forma muito semelhante à dos humanos, mas dificilmente um elfo se torna um Mago Elemental – quase sempre, escolhe o caminho das Essências. De qualquer maneira, um elfo nunca recebe treinamento mágico em instituições humanas – eles têm suas próprias maneiras de lidar com o Mana, um dos segredos que não revelam a ninguém.
Anões-Cinzentos (Sluagh)
O contato entre humanos e anões-cinzentos é mais frequente que no caso dos elfos, pois a relação é proveitosa para ambas as sociedades. Os anões-cinzentos são criaturas que vivem em comunidades existentes nas profundezas da terra. São baixos e esguios, com a pele acinzentada, olhos grandes e fundos, com quase nenhum pelo facial. São em geral calmos e falam pausadamente. Poucos são afeitos aos combates, mas são capazes de se defender quando necessário.
As cidades anãs situam-se quase sempre em grandes cavernas, onde se possa encontrar minérios, não apenas corações-de-pedra, mas também ouro, prata, platina e outros metais. Ruas, casas e edifícios são esculpidos nos veios rochosos; suas entradas são formadas por grandes portais situados aos pés das montanhas. Na superfície ao redor, vilas contendo guarnições, escritórios, comércio e alguns poucos moradores fazem a interação com a sociedade humana.
Não é incomum que humanos sejam convidados a visitar as cidades anãs. Os que para lá viajaram relatam construções cuidadosamente planejadas, excelente iluminação e qualidade de vida que não se espera de moradias que se montam no fundo da terra. A arte é simbólica, baseada em runas, mas bastante elaborada; o artesanato é feito em pedra esculpida. Os visitantes relatam também que foram proibidos de frequentar certas porções das cidades visitadas, sem que o motivo para tal fosse esclarecido.
As cidades anãs não são raras como as élficas, mas ainda assim, mais raras que as humanas. As mais importantes são Daibamh, localizada em Lugria, e Banach, que fica aos pés da cordilheira de mesmo nome em Estil. Mas pode-se encontrar assentamentos próximos a qualquer montanha rochosa em qualquer ilha.
Os anões não são afeitos à Magia, e não desenvolveram seus próprios métodos, a despeito de serem os maiores mineradores de corações-de-pedra. Isso não impede que alguns indivíduos busquem treinamento junto às instituições humanas. Há exemplos de grandes magos e clérigos pertencentes a essa raça.