Diferente dos Anões e Elfos, Pequeninos não têm um passado extenso na história da mitologia. Foram criados na primeira metade do século XX por J. R. R. Tolkien no livro “O Hobbit”, que contava as desventuras de um pequenino chamado Bilbo Bolseiro na busca de um tesouro. Na verdade, Tolkien criou o conceito baseado nas histórias de fadas que conhecia muito bem, mas o fato de seu aparecimento ser (relativamente) recente e a partir de uma única fonte faz com que sua descrição possa ser incrivelmente concisa.
Tolkien conta que, um dia, como inspiração, escreveu rapidamente em uma folha de papel a frase “Numa toca no chão vivia um hobbit”. Com esse ponto de partida, elaborou uma história complexa de aventura que contava para seus filhos aos pés da lareira. Sendo meticuloso como era, registrou toda a história como parte de uma mitologia muito mais ampla e complexa (detalhada no livro “O Silmarillion”). O livro fez tanto sucesso que Tolkien resolveu escrever uma continuação, o clássico “O Senhor dos Anéis”. Lá, detalhou a história e as características de suas criaturas — e, se você tiver alguma dúvida, procure esse livro para esclarecê-la.
No mundo dos RPGs, os hobbits entraram já na primeira edição do primeiro sistema criado, o “Dungeons & Dragons”. Aí, houve um problema: a palavra “hobbit” está sujeita a direitos autorais, e não pode ser usada sem permissão. Gary Gygax, o criador do jogo, resolveu a situação de maneira bem simples: mudou o nome para “halfling”, que significa — mais ou menos — pequenino, que é o termo que resolvemos usar aqui. Nas últimas versões do “D&D”, os halflings são bem diferentes da concepção inicial – preferimos usar uma descrição mais parecida com a original.
Tolkien descreve algumas famílias de pequeninos, mas as diferenças entre elas é cosmética, e não há necessidade de delineá-las aqui – mais uma vez, refira-se ao livro!
Pequeninos são muito semelhante a seres humanos com pequena estatura, entre 90cm e 1,20m de altura. Seriam frequentemente confundidos com crianças, se suas feições não mostrassem o avanço da idade. Têm cabelos grossos, encaracolados e em tons escuros, na maior parte das vezes pretos. É muito incomum que tenham barbas e bigodes, embora algumas famílias possam apresentar uma pequena penugem no queixo. Seus rostos são joviais e alegres, suas orelhas são levemente pontudas, e têm a tendência a acumular um pouco de gordura em volta da barriga.
Seus pés são relativamente grandes para o seu tamanho, quase sempre cobertos de pelos, e têm uma sola grossa que protege contra pedras e espinhos no solo. Por esse motivo, é muito incomum ver um Pequenino usando sapatos exceto, talvez, para a travessia em terrenos muito impróprios.
Gostam de se vestir com roupas simples e práticas, embora sempre de boa qualidade, dando preferência às cores primárias e brilhantes. Normalmente, vivem até um pouco além dos 100 anos de idade, alcançando a maturidade por volta dos 30 anos.
Pequeninos são tímidos e reservados, e gostam bastante do conforto e da tranquilidade provida por seus lares. Sendo assim, é incrivelmente difícil que um Pequenino resolva se aventurar – mas toda regra tem sua exceção. Quando em aventuras, são valorosos, perspicazes, e capazes de feitos de grande coragem, jamais abandonando um companheiro de viagem. No entanto, mesmo nesses momentos, não deixam de ansiar saudosamente pela quietude de seu lar.
Por serem reservados, Pequeninos não se dão bem com estranhos. Sua atitude em relação a eles não chega a ser hostil, mas uma certa desconfiança que dura apenas até o momento em que as apresentações são feitas e eles podem ter certeza de que estão lidando com pessoas de confiança. A despeito disso, orgulham-se bastante de sua hospitalidade — de fato, um Pequenino moverá mundos e fundos para que os visitantes em sua casa sintam-se tão confortáveis quanto ele mesmo.
Pequeninos vivem em cidades em geral próximas às colinas, sob as quais constroem suas tocas. Não são, no entanto, tocas sujas e descuidadas, mas sim verdadeiras habitações construídas sob a terra, algumas delas comparando-se a mansões luxuosas. Gostam de socializar com seus vizinhos, com os quais geralmente são cordiais, em festas ou mesmo em alguma das seis refeições que costumam fazer todos os dias.
Não têm um governo centralizado, embora exista uma pessoa que ocupe uma cargo equivalente ao de Prefeito. No entanto, por levarem vidas simples e detestarem conflitos, o Prefeito dificilmente tem alguma tarefa mais complicada do que organizar os banquetes das festas oficiais de seus calendários. Em geral, as sociedades Pequeninas têm uma pequena armoraria que não vê muito uso — é lá que as armas são abandonadas e passam um grande tempo pegando poeira.
Como dito acima, Pequeninos em geral não interagem fora de sua própria sociedade. Se necessário, acolhem visitantes da melhor maneira possível, assim que esses demonstrem ser pessoas de confiança. Oficialmente, as vilas Pequeninas submetem-se ao reino na qual estão inserida, mas os próprios governantes pouco se preocupam com eles.