A Ordem surgiu nos tempos anteriores à Grande Tragédia. Inicialmente a guarda de honra da família real de Eillie, eram guerreiros eficientes, que se especializaram nas artes do combate em montarias aéreas, e eram capazes de utilizar Magia, ainda que de forma limitada. Com os tempo, tornou-se uma organização independente de guerreiros que viajavam pelo mundo todo, realizando justiça.
Para se tornar um Grifoneiro, um candidato precisava viajar até a sede da Ordem e declarar sua intenção de juntar-se a ela. Isso era feito em uma breve cerimônia realizada anualmente – o candidato proferia sua intenção e realizava um juramento, comprometendo-se a retornar apenas quando houvesse realizado atos desinteressados que provassem seu valor. Os que se iniciavam eram muitos, o número dos que retornavam era muito menor, e o dos que podiam comprovar seus feitos era ainda mais reduzido. Em um bom ano, de centenas que se apresentavam na cerimônia, talvez uns vinte eram de fato aceitos na Ordem.
Esses tornavam-se aprendizes, e se engajavam nas tarefas mundanas: cuidar das criações de grifos e outros animais, preparar as refeições, cuidar dos aposentos e das armas dos grifoneiros. Após demonstrar sua dedicação à Ordem, o candidato era promovido a escudeiro, e apresentado aos filhotes de grifos das ninhadas daquela estação. Esse era um momento solene em que o futuro guerreiro criaria o vínculo com sua montaria. Se o candidato fosse incapaz de se conectar com algum animal, a ele não se permitia o treinamento como grifoneiro – mas ele poderia permanecer na ordem realizando outras tarefas que não eram consideradas menos dignas: administração, estratégia, estudos, pesquisas e ensino.
Àqueles que conseguiam sua montaria, os próximos anos eram de treinamento para ambos, nas artes da guerra e da Magia. A duração do treinamento variava – os mais talentosos o terminavam após cerca de três anos, mas a maioria precisava de cinco ou mais. Para concluir sua formação, o guerreiro precisava sair ao mundo e realizar novos feitos de justiça, dos quais se exigia uma magnitude muito maior que a necessária para a admissão. Uma vez que seu treinamento fosse considerado concluído, ele recebia permissão para andar pelo mundo conforme mandasse sua intuição, sempre procurando fazer o bem.
Críticos da Ordem diziam que esse comportamento dos grifoneiros os transformava em juízes e carrascos autoproclamados, que não respondiam a nenhuma autoridade. Apesar disso ser verdade, são poucos os relatos de grifoneiros que não tenham agido em nome da justiça. Até os dias de hoje, são considerados grandes heróis.
A Ordem encontrou seu fim na Tragédia que – dizem – ela mesma provocou. Acuados em sua ilha em um imbróglio diplomático que provavelmente levaria à aniquilação de Eillie, algo aconteceu – não se sabe o quê – que causou a tragédia a partir da sede da Ordem, na capital da ilha. Junto com toda a população e os exércitos colocados à sua frente, os grifoneiros perderam-se para sempre. Os pouquíssimos sobreviventes eram os que estavam em outras partes do mundo naquele momento, e deles muito pouco se ouviu falar.
Isso ocorreu há algumas centenas de anos. Recentemente, houve notícias do ressurgimento de algumas ilhas do arquipélago de Eillie, com o recuo das Brumas. Ainda que toda a área esteja sob Brumas densas, o recuo já foi o suficiente para que alguns aventureiros se arriscassem, e a notícia é que filhotes de grifos voltaram a ser encontrados.
Dubrov, o capitão da guarda de Veston, recentemente rebelou-se contra suas obrigações e retirou-se com vários de seus comandados para as proximidades de Eillie, provavelmente com a intenção de recriar a Ordem. Dubrov é considerado um homem honrado e digno, e suas intenções puras. Mesmo assim, o ato é visto como deserção pelo governo de Veston, e todos os que se juntam a ele são vistos como traidores.