“Parece óbvio a mim que entender como funciona a Magia envolve entender como funciona o mundo… e entender como funciona o mundo envolve entender os Elementos.”
Oryn, mago e pesquisador da magia em escritos recuperados nas ruínas da Universidade da Primeira Veston.
Uviananth é um mundo essencialmente mágico. As ilhas situam-se sobre rios de Mana, a energia mágica, que as mantêm estáveis. No entanto, apesar da abundância de Mana, a Magia não é facilmente explorada por seus habitantes, e as razões são muitas. Em primeiro lugar, aprender a utilizar seu corpo e mente para canalizar energia envolve sacrifícios que nem todos estão dispostos a realizar; em segundo, a habilidade mágica não nasce com o indivíduo, mas deve ser conquistada com muito estudo, o que não se consegue sem ajuda; em terceiro, é muito caro estudar Magia, não são todos que podem arcar com o custo; e, por fim, os grandes poderes restringem o acesso aos corações-de-pedra, sem os quais não é possível produzir efeito algum.
As duas primeiras razões são, em parte, contornáveis: se o discípulo está disposto a perder noites de sono e aguentar o sofrimento, então suas chances melhoram consideravelmente. Se o aluno provém de uma família rica, então a terceira razão não importa muito – para aqueles que não têm essa sorte, as instituições fornecem planos de estudo – desde que o aluno exerça ainda mais esforço. O que leva à quarta razão: os corações-de-pedra.
Não existe Magia sem eles, apenas energia mágica que não pode ser controlada. Nas feiras e festividades pode-se encontrar artistas que realizam “magias” sem utilizá-las, mas são apenas truques e prestidigitação. Para de fato utilizar Mana e gerar efeitos a partir da sua vontade, são necessárias pedras para canalizá-la.
Ninguém ainda entende muito bem como as pedras funcionam. Aparentemente, o contato físico com uma delas é o suficiente para que os magos treinados consigam realizar seus efeitos, desde que ela tenha tamanho suficiente – mas como as pedras descobrem e realizam a vontade dos praticantes ainda é um mistério. Poucos usuários, no entanto, importam-se com isso.
É consenso entre os estudiosos do Mana que as pedras, de alguma maneira, conectam-se com o que chamam de “Aspectos” da realidade – mas o que são esses Aspectos é motivo de discórdia entre eles: a Academia acredita que os cinco Elementos ditam o comportamento da natureza, enquanto o Templo de Honnar acredita nas cinco Essências. O fato de que magos e sacerdotes conseguem realizar suas magias – ainda que por meios diferentes uns dos outros – mostra que ambos têm alguma razão, mas nenhum tem razão completa.
De qualquer forma, quem se aprofunda nos estudos das duas visões, acaba descobrindo que existe uma relação entre elas. Os cinco Elementos estudados pela Academia são o Éter, o Fogo, o Ar, a Terra e a Água; para o Templo, as Essências são o Éter, o Espírito, a Mente, o Corpo, e o Sangue. Não é difícil notar que são nomes para manifestações diferentes das mesmas forças.
Nessa visão, a realidade é dividida em camadas, e as camadas mais altas representam a proximidade da pureza de Uviananth antes do Primeiro Cataclismo. Assim, o Éter representa a Paz Eterna, em que a individualidade é abandonada e o ser se torna um com o mundo; e a camada mais baixa, a Água que preenche o Oceano Abaixo, é o contrário, a Danação. Para os habitantes das Terras Flutuantes, cair no Oceano não representa apenas a morte, mas a Condenação Eterna.