No começo do século XX, os zepelins (ou dirigíveis) eram imensas máquinas voadoras que tinham o objetivo de transportar pessoas e cargas de um lado para o outro de maneira rápida e confiável, em um tempo em que grandes aeroplanos ainda não estavam disponíveis.
Consistiam em um grande envelope de gás em forma de charuto, com várias bolsas internas cheias de gás mais leve que o ar, em geral hidrogênio ou hélio. Flutuavam de forma suave e elegante, e eram guiados por conjuntos de hélices que impulsionavam a aeronave na direção desejada. Os passageiros viajavam em uma grande cabine que era subdividida em aposentos, abrigando tripulantes, e pessoas de todas as classes sociais, além de cargas de diversos tipos. Dependendo do tamanho da embarcação, até 200 pessoas podiam viajar de maneira confortável no aparelho. Eram, a grosso modo, o equivalente aéreo dos transatlânticos.
Na vida real, caíram em desuso após a terrível tragédia do Hindenburg, um grande dirigível sustentado com gás hidrogênio, uma gás terrivelmente inflamável. Em um acidente cheio de nuances, o Hindenburg incendiou-se e caiu no solo em pouco mais de 30 segundos.
Os dirigíveis atracavam-se em uma torre de amarração, que era uma espécie de porto no qual as máquinas flutuantes jogavam suas âncoras e ficavam presos ao solo para que passageiros e cargas pudessem ser embarcados. Algumas torres de amarração eram aéreas, e ficavam presas a um edifício. Nessas, os passageiros entravam na cabine da aeronave através de uma pequena rampa de acesso.
O zepelim desta aventura é bastante grande – entre os maiores já criados até aquela época. Seu envelope de gás (o “balão”) tem cerca de 250 metros de comprimento, e sua gôndola (a “cabine”) é capaz de carregar cerca de 200 passageiros, além de um bom montante de carga que inclui as bagagens e alguma carga extra. O nome da aeronave, Victoria, está finamente desenhado nas laterais do envelope.
A embarcação é nova, tendo realizado poucas viagens em seu histórico, e sua parte externa parece estar em excelentes condições. O tecido do envelope está em bons estados, embora mostre alguns remendos aqui e ali. Os personagens podem achar isso um pouco suspeito, mas um teste de seus conhecimentos vai revelar que esse tipo de ocorrência é normal, e na verdade indica que o aparelho está recebendo cuidados.
Duas grandes hélices podem ser vistas na parte traseira da aeronave. Esses componentes são os responsáveis por impulsionar o dirigível para frente, embora o controle da velocidade de cada uma das hélices permita controlar o curso do zepelim. Para manobras mais precisas, algumas pequenas hélices laterais podem ser ligadas e desligadas, girando o aparelho para a posição desejada. Algumas engrenagens são aparentes, mas isso não deve causar preocupação aos personagens.
A gôndola fica logo abaixo do envelope, e é uma estrutura bastante comprida. É capaz de abrigar cerca de 200 pessoas, entre tripulantes e passageiros. A frente da gôndola abriga o convés de comando, em que o capitão da aeronave e os oficiais coordenam o voo. Na parte traseira, no alto da gôndola, existem dois pequenos trilhos, com dois aeroplanos anexados. Esses aparelhos servem para situações de emergência, como levar passageiros ao solo, ou escoltar a aeronave em céus hostis. Uma vez que alguém abandone o zepelim – seja usando os aeroplanos ou de outra forma – é impossível voltar facilmente.
Toda a estrutura é finamente decorada, bem ao estilo da era Vitoriana. Como a embarcação é bastante nova, seus espectadores ficam maravilhados por sua imponência e beleza. A visão evoca um sentimento de reverência em todos que gostam de engenharia e ciências, e também em aventureiros de todos os tipos.
Uma máquina que carrega vidas humanas em um ambiente perigoso (nos céus, embaixo de toneladas de gás explosivo) exige uma hierarquia de comando: oficiais que controlam cada detalhe do voo para garantir que nenhum imprevisto aconteça. O Victoria tem os seguintes tripulantes:
No total, 28 pessoas fazem parte da tripulação do Victoria. Não é necessário prover estatísticas para esses personagens: quando for necessário, pense em cada posto como um Conceito, e use quantos dados for necessário. Por exemplo, o capitão deve conhecer bastante sobre a aeronave, navegação, talvez avaliar o tempo, e possivelmente algumas habilidades de luta.
A gôndola se divide em dois andares, e em cada andar há várias seções. Normalmente, nas cabines de um dirigível, os pontos mais valorizados – e portanto onde se situam os aposentos da classe alta – é à frente da gôndola, longe do barulho dos motores. Os aposentos do capitão e oficiais de voo estão no mesmo local, próximos ao convés de comando, que ocupa o ponto frontal para prover visibilidade para a navegação.
O primeiro andar tem o hall de entrada, luxuosamente decorado, com uma grande porta que dá para o Salão Principal, e pequenos corredores que levam aos diversos outros locais. Uma escada em espiral leva para o segundo andar. Além do Salão Principal, abriga algumas cabines privativas, as áreas de serviço, onde se encontram a cozinha e o espaço de carga, bem como os aposentos da tripulação técnica e de cabine. Existe uma passagem para a sala de máquinas no final do corredor principal.
O segundo andar possui um longo corredor, que leva para os aposentos dos passageiros de primeira classe, e para uma cabine comunitária destinada aos outros passageiros. Há uma passagem para o convés de comando numa extremidade do corredor, e uma entrada para a sala de máquinas na outra.
A sala de máquinas ocupa os dois andares da extremidade final da gôndola. É um local grande e barulhento, cheio de caldeiras, condensadores, barulho de vapor chiando e metal batendo. Engrenagens gigantescas conectam os motores às hélices traseiras. Engenheiros e técnicos de voo fazem turnos para garantir que as máquinas nunca estejam funcionando desacompanhadas.