Em uma bom cenário de Apocalipse Zumbi, é natural que os sobreviventes se juntem em grupos maiores, cujas chances no mundo inóspito sejam mais favoráveis – afinal de contas, é isso mesmo que os personagens dos jogadores estão fazendo. Se uma gangue de saqueadores aparecer na sua aventura, utilize a descrição abaixo. É bem possível que aqui exista personagens demais para os jogadores enfrentarem, então sinta-se livre para colocar apenas alguns deles em jogo – os outros podem aparecer nas próximas sessões!
Ninguém sabe exatamente quando ou como a gangue se formou. Alguns dizem que o General começou reunindo pequenos grupos de saqueadores até estabelecer um domínio absoluto sobre eles. Outros contam que a gangue surgiu em um antigo abrigo comunitário que degenerou em anarquia e brutalidade. A verdade não importa tanto quanto o presente: hoje, eles são uma força temida por qualquer sobrevivente que cruze seu caminho.
Os Filhos da Sobrevivência não se veem como bandidos – ao menos, não entre si. Para eles, o apocalipse não é o fim, mas um teste. Um filtro cruel que separa os fracos dos fortes. Se você não tem o que é necessário para viver nesse mundo, então não merece viver nele. Eles seguem essa filosofia com fervor quase religioso, justificando qualquer atrocidade como uma simples questão de seleção natural.
A gangue não tem uma base fixa, mas mantém pontos de controle temporários onde podem descansar, armazenar suprimentos e planejar ataques. Muitos desses locais são ruínas abandonadas ou edifícios de difícil acesso, como antigos escritórios ou hotéis depredados. Alguns membros sussurram sobre um esconderijo subterrâneo, talvez um estacionamento ou estação de metrô, onde o General mantém suas reservas mais valiosas e planeja sua próxima investida.
Eles se movem em grupos pequenos, patrulhando estradas, invadindo assentamentos de sobreviventes e caçando qualquer um que considerem um alvo fácil. Quando encontram resistência, são implacáveis. Mas se acharem que podem usar alguém para seu próprio benefício – seja como refém, informante ou até recruta – não hesitam em negociar.
Se há um ponto fraco na gangue, é sua própria natureza predatória. Eles não confiam uns nos outros completamente, e traições não são raras. O General mantém o grupo unido pelo medo e pela necessidade, mas um erro pode ser suficiente para quebrar essa frágil estrutura. A questão não é se a gangue vai se fragmentar um dia – mas quando.
Ninguém sabe seu nome verdadeiro, apenas que ele se autodenomina “General”. Antes do colapso, pode ter sido um policial, militar ou apenas um sobrevivente extremamente astuto. Ele acredita que a civilização acabou e que só os mais fortes merecem viver. Para ele, liderança se conquista pela força e pelo medo. Mantém um código rígido dentro da gangue: traição é punida com a morte, e fracasso raramente é perdoado. Apesar disso, ele não é um bruto sem cérebro – sabe quando é melhor negociar, quando recuar e quando esmagar seus inimigos.
Se o General é o punho de ferro da gangue, o Diplomata é a língua afiada. Astuto e manipulador, ele prefere evitar confrontos diretos quando possível, convencendo outros a fazerem o trabalho sujo por ele. Sabe mentir, enganar e se passar por um homem honrado quando necessário. Porém, sob sua máscara de civilidade, ele é tão perigoso quanto qualquer outro da gangue. Quando a diplomacia falha, ele não hesita em eliminar obstáculos. Seu maior medo é que o General perceba que ele ambiciona o cargo de líder.
A maioria dos saqueadores está nesse estilo de vida por necessidade, mas o Cachorro Louco simplesmente gosta da carnificina. Sádico e imprevisível, ele se diverte espalhando o caos e testando os limites da crueldade. Até o General tem dificuldades para mantê-lo sob controle. Ele não segue planos, ignora ordens quando lhe convém e muitas vezes age por puro instinto. O resto da gangue o tolera porque ele é um excelente lutador e uma arma viva contra inimigos, mas todos sabem que ele pode se voltar contra qualquer um a qualquer momento.
Antigamente, ele salvava vidas. Agora, ele conserta corpos o suficiente para que a gangue continue funcionando. O Doutor não gosta de violência, mas se resignou ao novo mundo e faz o que precisa para sobreviver. Ele mantém uma posição privilegiada dentro da gangue, pois todos precisam dele eventualmente. Se for capturado ou convencido a cooperar, pode ser uma fonte valiosa de informação – e talvez, no fundo, ele esteja esperando uma oportunidade de escapar desse inferno.
Silencioso e letal, o Caçador é um sobrevivente nato. Ele conhece a região como a palma da mão e sabe como encontrar presas, seja para caçar comida ou para emboscar inimigos. Prefere armas silenciosas, como arcos, facas ou bestas, e é capaz de seguir rastros quase invisíveis. Apesar de seu talento, ele não é fanático pela gangue – apenas se juntou porque era a opção mais segura. Se as coisas começarem a dar errado, ele pode ser o primeiro a pular fora.
Rápido, discreto e sempre de olho em oportunidades, o Ladrão é especialista em entrar e sair de lugares sem ser notado. Ele não é um lutador e prefere evitar confrontos diretos, confiando em sua velocidade e esperteza para escapar do perigo. Seu talento para arrombar portas, saquear locais e vasculhar bolsos o torna um membro valioso da gangue, mas sua lealdade é questionável – afinal, ele sempre coloca seus próprios interesses em primeiro lugar. Se perceber que o grupo está prestes a cair, pode desaparecer antes que alguém tenha tempo de notar.
Pouco inteligente, mas absurdamente forte, o Bruto é a muralha da gangue. Ele não precisa de armas sofisticadas – suas mãos já são letais o bastante. Leal ao General, segue ordens sem questionar, pois nunca foi bom em tomar decisões sozinho. Apesar disso, ele não é completamente insensível; às vezes, pode demonstrar sinais de dúvida ou hesitação, principalmente se alguém souber como manipulá-lo.
Onde os outros veem sucata, o Engenheiro vê oportunidades. Ele é o responsável por consertar veículos, fabricar armadilhas e improvisar armas para a gangue. Não é um lutador habilidoso, mas sabe como evitar combates diretos. Prefere observar de longe e atacar de forma indireta. Ele é valioso para a gangue, mas se sente um pouco deslocado entre os brutamontes. Pode ser convencido a trair o grupo, se lhe oferecerem uma saída melhor.
O que dizer desses pobres coitados? São os membros descartáveis da gangue, seguindo ordens porque não têm escolha melhor. Alguns são apenas oportunistas tentando se manter vivos, enquanto outros são covardes que se agarram ao grupo por medo. Nenhum deles é particularmente habilidoso, e a maioria hesitaria antes de morrer pelo General. Se o bicho pegar, muitos podem tentar fugir ou até se render.