{{htmlmetatags>metatag-media-og:image=(:uviananth:header-entre-cataclismos.jpg) metatag-description=(Scop RPG) metatag-og:description=(Sistema Genérico, Modular, Customizável e Aberto de RPG) }} ~~NOTOC~~ {{ uviananth:header-entre-cataclismos.jpg }} ====== O Mundo Antes da Grande Tragédia ====== > //Dos registros recuperados por Aland Soren das ruínas da Academia nas ruínas da Primeira Veston.// Há poucos registros sobre as Terras Flutuantes antes da Grande Tragédia, pois muito se perdeu. Eis aqui o que se sabe. O que descobri se baseia em histórias desencontradas que sobreviveram à catástrofe. Essa é a história contada de pai para filho, de trovador para trovador, e escrita em registros pouco confiáveis das pequenas cidades que sobraram. Fiz um grande esforço para reunir os relatos mais confiáveis e encontrar a história como ela deve ter sido. Ninguém sabe ao certo há quanto tempo ou como isso aconteceu, mas pequenas vilas e grandes cidades começaram a se formar antes que a ideia ou as ferramentas para a escrita de sua história aparecessem, e seu conhecimento era passado através de lendas cantadas pelos contadores de histórias. Entre o que se conhece das civilizações de outrora, há uma boa parte de mitos, outra de fatos. Há casos documentados, mas há muito mais que precisa ser explicado. A descoberta da Magia foi certamente o fato mais significativo, que transformou a história das pequenas ocupações. Foi o que impulsionou o seu desenvolvimento. Embora pouco se possa comprovar, há relatos que muitos tomam como certeza: foi na ilha de Audovall, onde hoje estão os Escombros, que a Magia foi descoberta. A lenda da religião do Templo de Honnar, predominante em todo o mundo, é aceita por seus fiéis como verdade. Ela diz o seguinte: //"Conta-se que o jovem Honnar de Audovall encontrou uma pedra e encantou-se com a forma como ela brilhava, com uma cor que nunca havia visto antes. Em pouco tempo, descobriu que apenas seus olhos enxergavam sua cor e apenas seus ouvidos escutavam sua melodia. Durante dias, Honnar ouviu a pedra exortando-o a procurar a Fonte da Luz e da Música. Ignorando os avisos de sua família, pôs-se em viagem. A pedra levou-o a um grande Mestre que era, na verdade, o próprio Uviananth em disfarce. O Mestre chamou-a coração-de-pedra, e ensinou a ele todos os seus segredos. Quando viu que Honnar estava pronto, o Mestre enviou-o de volta ao mundo para transmitir seus ensinamentos."// O Templo também conta a respeito do seu primeiro encontro com os elfos alados: //“O Mestre enviou Honnar para as florestas, para aprender sobre elas. Lá chegando, ficou maravilhado com a beleza das flores e o canto dos pássaros. Em sua primeira noite sob as árvores, foi acordado por dois homens, de belos rostos e olhares severos; suas roupas eram leves, e tinham duas asas como as de pássaros em suas costas, e portavam lanças intrincadas feitas de vidro. Disseram eles: 'Nós somos avariel, os elfos-alados da floresta de Nymm. Quem é você que invade o domínio sem permissão?', e Honnar respondeu 'Quem me envia é o grande Mestre, que é Uviananth, e em seu nome eu venho'. E os elfos, vendo que Honnar falava a verdade e tinha pureza em seu coração, carregaram-no até sua morada, e celebraram sua presença, e se declararam seus discípulos."// Os elfos contestam veementemente a história: alegam que estavam nas Terras Flutuantes antes dos humanos chegarem, que nunca viveram em uma cidade chamada Nymm, e que certamente não são seguidores de Honnar. Em todo caso, até onde se sabe, humanos e elfos sempre estiveram em contato. Sabe-se também que os anões-cinzentos foram instrumentais na descoberta dos corações-de-pedra pelos humanos e na sua extração, mas não há registros dos primeiros contatos entre os dois povos. O Templo também tem um mito sobre isso: //"Honnar perguntou: 'Onde, Mestre, se encontram os corações-de-pedra, pois só através deles o homem pode conhecer a Sua glória?' E o Mestre apontou para uma rocha e disse: 'cave ali'. E Honnar cavou, mas nada encontrou; mas o Mestre disse 'continue cavando', e Honnar cavou por um ano, mas nada encontrou; e o Mestre disse 'continue cavando', e Honnar cavou por mais dez anos, e encontrou uma caverna, e dela saíram criaturas pequenas, pálidas, de rostos lisos e olhos fundos, que disseram: 'Nós somos os sluagh, os anões-cinzentos de Tamridh, e você nos trouxe à luz!', e lhe agradeceram por libertá-los da terra, e declararam uma dívida de gratidão que duraria até o fim dos tempos."// Desnecessário dizer, os anões também contestam essa versão. Diferente dos elfos, no entanto, sabe-se que existiu uma cidade dos anões-cinzentos com o nome de Tamridh. Esta parte está bem documentada nos pergaminhos do Templo de Honnar. Talvez não seja a melhor representação da verdade, mas é a única informação que temos sobre os primeiro dias da Magia. A descoberta dos corações-de-pedra revelou um novo mundo para aqueles que aprenderam a dominá-las. Os pequenos truques criados pelos primeiros estudiosos evoluíram e descortinaram-se as possibilidades: as pedras são a fonte e o canal da Magia, e sua energia, o Mana, pode ser usada para transformar vontade em realidade: crescer alimentos se tornou mais fácil, bem como tratar os enfermos ou explorar o mundo – ou alimentar a ambição dos vivos. Os Sábios do Templo dirigiram seu olhar mágico para o mundo, e descobriram que as Ilhas, onde se sustenta a vida, flutuavam sobre grandes rios de energia mágica, que chamaram Linhas de Mana. Compreenderam que gigantescos veios de coração-de-pedra nas entranhas das rochas as mantém em suas posições -- e não tardou para que mentes criativas usassem seu poder para viajar sobre as Linhas. Antes de sua descoberta e da criação das embarcações que trafegam sobre elas, apenas os mais destemidos se aventuravam a viajar de uma ilha a outra -- sobre o lombo de montarias capazes de voar a longa distância e carregar o seu peso. Normalmente, era uma viagem sem volta, pois as Ilhas são distantes e a viagem muito arriscada. O comércio entre as cidades era virtualmente nulo. As primeiras embarcações eram pequenas, frágeis e instáveis, mas navios maiores foram criados. Em pouco tempo, iniciou-se a era das grandes navegações. Os navegadores mais famosos são considerados heróis, e suas aventuras são cantadas até os dias de hoje em todo o mundo -- entre eles, Turzel, o primeiro a desbravar a Linha que recebe o seu nome, é o mais celebrado. As viagens entre as ilhas, antes privilégio dos elfos alados ou feita de maneira precária sobre animais voadores, tornou-se comum. Os navegadores mapearam as suas viagens, mas o mundo é vasto demais, e apenas a Divindade sabe o que se encontra além. Descobriu-se que, além das três Grandes Ilhas -- Estil, Lugria e Veston -- e seus arquipélagos, milhares de ilhas menores, um número ainda maior de ilhotas e incontáveis rochedos distribuem-se por todas as Linhas de Mana. Algumas delas, grandes o suficiente para suportarem pequenas nações, foram imediatamente colonizadas; outras tão diminutas que mal abrigam uma vila. Todo o esforço feito durante as navegações não foi o suficiente para catalogar cada um desses locais, e cada nova descoberta vem cheia de mistérios. As Três Grandes Ilhas nessa época condensavam -- como ainda o fazem -- a maior parte da população de Uviananth, bem como os principais poderes políticos. Os governos envolviam-se em conflitos pela supremacia nas rotas comerciais, na extração de corações-de-pedra e outros minérios e no desenvolvimento da Magia. De todos os povos, apenas Elarune, a maior floresta élfica conhecida e vizinha da capital de Veston, recusava-se a entrar nas mesquinhas disputas. O reino de Audovall situava-se em uma pequena ilha entre Estil e Lugria. Pioneiro no estudo e na exploração do minério, tornou-se a maior entre as nações: a mais rica, bonita e instruída. Com a riqueza abundante, universidades foram criadas, houve incentivo às artes e à tecnologia baseada em Magia, aumento na produção de alimentos, no comércio, na estrutura das cidades e no bem-estar geral da população. O período áureo de Audovall registra a criação do Templo de Honnar e da Academia (sobre os quais falarei mais adiante). Audovall montou, também, a estrutura militar mais poderosa: sua Magia permitiu a criação de máquinas de guerra e navios capazes de levar exércitos inteiros até outras ilhas e conquistá-las. O progresso foi alcançado às custas das riquezas dos povos subjugados. A visão dos navios no horizonte era descrita com pânico pelos invadidos -- pouco havia o que podiam fazer exceto render-se ou morrer lutando. Em poucos anos, dominou as vizinhas Estil e Lugria, e também boa parte de Veston. O domínio era também cultural: os religiosos do reino, seguidores de Honnar, viram a expansão militar como a oportunidade de espalhar sua crença, e foram capazes de cativar um grande número de fiéis. A pequena igreja deu origem ao Templo de Honnar, e mesmo após o Esfacelamento de Audovall e a Queda do Império, a religião ainda persiste como a crença dominante até os dias de hoje. Com isso, Audovall transformou-se no Primeiro Império -- os pequenos exércitos de resistência foram rapidamente derrotados, pois não podiam conter seu poderio -- com uma notável exceção.